Construção civil em alta: crescimento de 2,3% previsto para 2024
Após um ano de leve queda (-0,5% em 2023), a construção civil brasileira está pronta para retomar o ritmo de crescimento em 2024. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) revisou para cima sua projeção para o setor, estimando um avanço de 2,3% no Produto Interno Bruto (PIB) da construção no próximo ano.
Essa revisão positiva se baseia em diversos indicadores que sinalizam um cenário promissor para o setor. Entre os principais fatores que impulsionam essa expectativa, podemos destacar:
- Alta contínua das contratações: O número de trabalhadores registrados na construção civil segue em crescimento, com um aumento de 6,71% em fevereiro de 2024 em comparação com o mesmo período do ano passado. Esse indicador demonstra a confiança das empresas do setor na retomada das atividades.
- Expectativas positivas das empresas: Pesquisas realizadas pela Cbic revelam que os empresários do setor estão otimistas em relação ao futuro, com expectativas favoráveis para compras de insumos, lançamentos de novos projetos e o nível geral de atividade.
- Projeção positiva para a economia brasileira: As projeções para o crescimento da economia brasileira em 2024 também são positivas, com estimativas de expansão em torno de 2,5%. Esse crescimento geral da economia deve impulsionar a demanda por diversos setores, incluindo a construção civil.
- Efeitos das adequações no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV): As mudanças previstas para o programa MCMV, como a flexibilização das regras de acesso ao crédito e a ampliação do público-alvo, devem contribuir para o aumento da demanda por novas moradias populares, beneficiando diretamente o setor da construção civil.
Apesar do cenário positivo geral, a Cbic também alerta para alguns desafios que o setor precisa enfrentar em 2024. Entre os principais pontos de atenção, podemos destacar:
- Perda de recursos da poupança: A redução dos saldos na caderneta de poupança, tradicional fonte de financiamento para o setor imobiliário, pode afetar a disponibilidade de crédito para financiamentos habitacionais.
- Aumento do financiamento de imóveis usados via FGTS: A Cbic expressa preocupação com o aumento do uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para financiar a compra de imóveis usados, em detrimento de imóveis novos. Essa tendência pode desacelerar a produção de novas unidades habitacionais e impactar a geração de empregos no setor.
- Aumento dos custos de construção: A elevação dos preços de materiais de construção e da mão de obra continua pressionando os custos das empresas do setor, exigindo medidas de gestão eficientes para manter a competitividade.
Apesar dos desafios, a Cbic se mostra otimista com o futuro da construção civil em 2024. Os indicadores positivos, a retomada da confiança das empresas e as projeções favoráveis para a economia brasileira criam um ambiente propício para o crescimento do setor. No entanto, é fundamental que o governo e as empresas do setor trabalhem em conjunto para enfrentar os desafios e garantir que o crescimento seja sustentável e gere benefícios para toda a sociedade.
Com informações da CNN